Fabrizia: momentos de suspense na realidade que imita a ficção
Se cada episódio da segunda temporada de Antônia representasse um gênero do cinema, pode-se dizer sem hesitar que Ligação a Cobrar seria um filme de suspense. A adequação do quarto capítulo se dá pelo clima de temor que reina solto no grupo depois do sumiço de Quelynah pelas mãos de um fã. “Quando disseram que haveria uma segunda temporada do Antônia, pensei em fazer o novo episódio no mesmo universo que o Toque de Recolher, episódio que dirigi na primeira temporada sobre o dia dos ataques do PCC aos ônibus e à polícia em São Paulo”, conta Frabrizia Pinto, responsável pela tensão a qual as meninas se submetem.
A diretora justifica sua predileção pelo suspense se valendo de duas frentes. A primeira é o formato peculiar do gênero: “gosto da dinâmica do suspense, da ação, das coisas não ditas, do olhar através dos elementos. Nada é direto, tudo é indireto”, explica. A relevância da exposição da temática abordada caracteriza a segunda: “Queria continuar com o assunto terrorismo: a violência e insegurança que paira no ar dos dias de hoje. Várias pessoas que conheço vivenciaram a agonia do falso seqüestro, achei, então, ser extremamente necessário denunciar essa forma de violência subliminar”, expõe.
Pôr o argumento que concebeu em prática, entretanto, foi um processo que apresentou algumas dificuldades, como detalha: “filmar cenas de suspense requer detalhe e tempo, e fazer uma série de TV requer exatamente o contrário, dinâmica e rapidez de pensamento. Mesmo assim, a combinação destes dois formatos se tornou um exercício incrível, uma mistura bem interessante de dinâmicas. Um aprendizado e tanto”, sintetiza, complementando que adora o pique deste casamento que apelidou de “Drive-thru metragem”.
Para sua tranqüilidade criativa, a concepção da história pôde partir do pressuposto que os atores segurariam qualquer barra numa boa. “Não fiquei intimidada e escrevi o argumento e o roteiro confiando 100% no talento deles: o dom absoluto da espontaneidade, o que dá a veracidade aos personagens”, atribui. Além do quarteto principal, da menina Nathalye Chris e de Thaíde, ela também é só elogios para os outros componentes do elenco: “O que eu podia fazer de mais importante era adicionar ao time atores que trabalhassem a favor. Chamei o João Miguel para fazer o papel do fã enigmático e Juliano Cazarré para fazer o falso seqüestrador. O talento e a experiência dos dois, foram o complemento perfeito para o time”, revela a fórmula. E o contentamento não se restringiu aos dois atores convidados: “fiquei super feliz com o trabalho do André Santinho, o Freitas, com a Georgina, Alexandre Rodrigues, e o Gilson Li, que é outra revelação!”, destaca.
Antes de finalizar, Fabrizia faz questão de frisar a importância de todos envolvidos no produto final: “Sem uma sintonia geral da equipe, na velocidade que fizemos o filme, ele não aconteceria. Portanto, obrigada moçada pelo empenho, dedicação, bom humor e profissionalismo! Sem vocês não rola!”, agradece. Não é porque ela fez um episódio de suspense que o clima no backstage precisaria ser similar.
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