sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Campanha: Deixe um figurante brilhar

Assistindo ao 5º episódio da segunda temporada da série, repare bem em todas as pessoas presentes na cena do karaokê. Com exceção das quatro Antonias, todos no bar cantante japonês eram figurantes – pessoas usadas para dar verossimilhança ao cenário, usando para isto nada mais que sua presença. Havia gente de todas as cores, tamanhos, idades e procedências possíveis formando o que se pode chamar de “ambiente comum”.

Já que o grupo da Brasilandia ganhou fama cantando que qualquer um poderia ser uma Antonia (Antonia sou eu/Antonia é você/ Antonia é qualquer um/ Que Antonia pode ser), elegeu-se uma nova Antonia dentre estas ovelhas de presépio televisivo.



Paula: brincando de não aparecer

De blusa marrom, jeans, franja na testa, sorrisão e copo de whiskie cenográfico em mãos, Ana Paula Kasmirski quase não aparecerá no episódio. Mas bem que poderia. Natural de Santa Catarina, Ana mora em São Paulo há um ano. Veio para as bandas de Antonias para montar uma banda e tentar carreira no mercado da música. A história soa familiar? Mas não se deixe iludir, em vez de rap e hip hop, Kasmirski se aventura pelo mundo do rock: “As músicas de minha autoria vão para meu CD solo, enquanto com a banda faço covers de Deep Purple e outros clássicos do rock”, conta em um dos poucos intervalos da filmagem.

Em relação à função figurativa, ela – que demonstrava ânimo de outro mundo enquanto o grupo de protagonistas cantava a música “Toda Forma de Amor”, de Lulu Santos – disse não saber precisar como chegou à função: “Na verdade, não lembro exatamente onde foi que encontrei o e-mail para ser figurante. Foi em um grupo de e-mails ou no Orkut”, arriscou. Quanto ao esforço despendido para ser pano-de-fundo, declarou não achar nada complexo na labuta: “Gravar não exige muito, não. Basicamente é ficar parada aqui e obedecer as diretrizes e ganhar o cachê”, afirmou. Só esqueceu de listar que a pequena aparição pode redundar, eventualmente, em uma história de sucesso vindo do nada. Afinal, é só se espelhar no roteiro do programa em que decidiu figurar.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Mulheres no volante, capítulo 5: O desfecho emocionante de Dainara Toffoli

Dainara: frio na barriga

O Grand Finale da segunda temporada de Antônia caiu nas mãos de Dainara Toffoli, diretora que fez parte da Casa de Cinema de Porto Alegre. Mas, não se pense que por trabalhar na seara do cinema, esta gaúcha passa batida à ansiedade que acomete qualquer envolvido num projeto deste porte: “As gravações começaram no dia 28 de agosto. No dia 27, eu brincava que havia chegado minha vez de entrar no carrinho montanha-russa, depois de esperar um tempo na fila. Aquele misto de vontade de entrar com frio na barriga”, conta no set, já com ar de placidez de meio trabalho cumprido. “Mas é muita responsabilidade dar continuidade a esse sucesso todo, e a um produto que é veiculado pela TV Globo”, complementa.
Sobre o trabalho coletivo, envolvendo cinco diretoras diferentes, Toffoli garante que “sempre dá para colocar um pouco de si no que se faz”, e que se sente na obrigação de, independente da forma, prestar uma homenagem a Tata Amaral – a mulher que pensou as Antonias.

O capítulo que adotou para chamar de seu nesta segunda fase do grupo feminino, virá com desfecho “cheio de emoções” – afinal é o fim da temporada –, e com final comemorativo, contraponto da série de percalços pelos quais as cantoras guerreiras passam no decorrer desta segunda incursão à TV.

Do ritmo de trabalho – que classificou como “louco –, destacou a soltura das 4 protagonistas: “Está sendo ótimo, bastante estimulante. Elas já vêm de uns dois, três anos de trabalho com este personagens, então ficam super desenvoltas”, garantiu. A cena que mais havia marcado até então, já que falou em meio às filmagens, foi a de Barbarah – personagem de Leilah Moreno – interpretando Sandrinha: “Foi uma coisa do personagem representando outro personagem, uma meta-meta-interpretação. Ótimo”, classifica.

Dainara dirige cena do último episódio

O final das filmagens ocorreu em locação extremamente festiva, um karaokê do bairro paulistano da Liberdade. O desfecho animado da segunda temporada, cheia de mudanças nas vidas das guerreiras, você assiste nesta sexta-feira, na Rede Globo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Da Brasilândia rumo à Liberdade!

As profissionais brincam de principiante ao enfrentar o karaokê

Último dia de filmagens da segunda temporada de Antonia: às 20h de uma segunda-feira, vários caminhões repletos de aparelhagem se esvaziam para permitir a externa que receberá os momentos derradeiros das habitantes mais ilustres de Vila Brasilândia.

Só que, esta incursão off-estúdio, em vez de ter como pano-de-fundo a periferia em que as meninas cresceram, se conheceram e viraram Antonia, rolou em outro canto da cidade de São Paulo. Para celebrar a emancipação das batalhadoras, a estação da vez foi a Liberdade. No bairro das luminárias japonesas e da maior colônia nipônica fora da terra do sol nascente, Preta, Barbarah, Mayah e Lena – ou, melhor dizendo, Negra Li, Leilah Moreno, Quelynah e Cindy Mendes – se arriscaram na anciã arte oriental do karaokê

A música escolhida fugiu completamente ao repertório de rap, hip hop e r&b do grupo: “Toda Forma de Amor”, de Lulu Santos. O resultado, por entre gargalhadas, resmungos e lapsos de memória, pode ser conferido no quinto episódio da série. Enquanto isso, uma imagem das moças recebendo as diretrizes da diretora Dainara Toffoli.

Dainara Toffoli dirige a cantoria

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Mulheres no volante, capítulo 4: Fabrizia Pinto e a decisão de retratar a violência e insegurança que pairam no ar

Fabrizia: momentos de suspense na realidade que imita a ficção

Se cada episódio da segunda temporada de Antônia representasse um gênero do cinema, pode-se dizer sem hesitar que Ligação a Cobrar seria um filme de suspense. A adequação do quarto capítulo se dá pelo clima de temor que reina solto no grupo depois do sumiço de Quelynah pelas mãos de um fã. “Quando disseram que haveria uma segunda temporada do Antônia, pensei em fazer o novo episódio no mesmo universo que o Toque de Recolher, episódio que dirigi na primeira temporada sobre o dia dos ataques do PCC aos ônibus e à polícia em São Paulo”, conta Frabrizia Pinto, responsável pela tensão a qual as meninas se submetem.

A diretora justifica sua predileção pelo suspense se valendo de duas frentes. A primeira é o formato peculiar do gênero: “gosto da dinâmica do suspense, da ação, das coisas não ditas, do olhar através dos elementos. Nada é direto, tudo é indireto”, explica. A relevância da exposição da temática abordada caracteriza a segunda: “Queria continuar com o assunto terrorismo: a violência e insegurança que paira no ar dos dias de hoje. Várias pessoas que conheço vivenciaram a agonia do falso seqüestro, achei, então, ser extremamente necessário denunciar essa forma de violência subliminar”, expõe.

Pôr o argumento que concebeu em prática, entretanto, foi um processo que apresentou algumas dificuldades, como detalha: “filmar cenas de suspense requer detalhe e tempo, e fazer uma série de TV requer exatamente o contrário, dinâmica e rapidez de pensamento. Mesmo assim, a combinação destes dois formatos se tornou um exercício incrível, uma mistura bem interessante de dinâmicas. Um aprendizado e tanto”, sintetiza, complementando que adora o pique deste casamento que apelidou de “Drive-thru metragem”.

Para sua tranqüilidade criativa, a concepção da história pôde partir do pressuposto que os atores segurariam qualquer barra numa boa. “Não fiquei intimidada e escrevi o argumento e o roteiro confiando 100% no talento deles: o dom absoluto da espontaneidade, o que dá a veracidade aos personagens”, atribui. Além do quarteto principal, da menina Nathalye Chris e de Thaíde, ela também é só elogios para os outros componentes do elenco: “O que eu podia fazer de mais importante era adicionar ao time atores que trabalhassem a favor. Chamei o João Miguel para fazer o papel do fã enigmático e Juliano Cazarré para fazer o falso seqüestrador. O talento e a experiência dos dois, foram o complemento perfeito para o time”, revela a fórmula. E o contentamento não se restringiu aos dois atores convidados: “fiquei super feliz com o trabalho do André Santinho, o Freitas, com a Georgina, Alexandre Rodrigues, e o Gilson Li, que é outra revelação!”, destaca.

Antes de finalizar, Fabrizia faz questão de frisar a importância de todos envolvidos no produto final: “Sem uma sintonia geral da equipe, na velocidade que fizemos o filme, ele não aconteceria. Portanto, obrigada moçada pelo empenho, dedicação, bom humor e profissionalismo! Sem vocês não rola!”, agradece. Não é porque ela fez um episódio de suspense que o clima no backstage precisaria ser similar.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Negra Li quer sitcom negro no Brasil

Negra Li: por seriados negros no Brasil

Num dos raros momentos em que teve 5 minutos livres no meio dos inúmeros ensaios, gravações, provas de roupa e outras ‘n’ obrigações de estrela, Negra Li falou da TV brasileira. Ainda que goste da programação, declarou sentir falta de programas feitos por – e para – negros. “Nos Estados Unidos, tem um monte de comédias desse tipo”, levantou antes de elencar suas prediletas: “Everybody Hates Chris” e “My Wife and Kids”. “Temos potencial de sobra por aqui para fazer o mesmo, minha família, por exemplo, daria uma comédia por si só, com todo mundo falando super alto”, disse rindo.

Antes que se pudesse perguntar para Negra se ela achava que Antônia era um precursor em produtos televisivos do gênero – pelo fato de suas protagonistas serem negras –, uma produtora a chamou às pressas: era hora de voltar correndo ao trabalho, para manter o brilho de Antônia aceso.

Seria a série Antônia o primeiro passo para a criação de uma TV multiétnica no Brasil?

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Mulheres no Volante, capítulo 3: Paola Siqueira fala sobre micos, grana, metalinguagem e improviso

O episódio três da segunda temporada de Antônia já nasce metalingüístico: logo de início, as quatro meninas da periferia paulistana são convidadas a protagonizar um comercial de produtos para cabelos. Por uma ironia destas que a vida prega, a diretora do capítulo, Paola Siqueira, se encarregava de uma propaganda de shampoos enquanto dava sua contribuição para o seriado. “Fui muita coincidência. Além da questão dos comerciais serem de um mesmo tipo produto, tem uma cena em que a Mayah fala que fez uma escova de chocolate”, conta, ressaltando que a propaganda da vida real era de um cosmético a base de... chocolate.

Paola Siqueira: Shampoo na vida real e na ficção

Além do tema ser parte de seu repertório cotidiano, Paola também se incumbiu de retratar um ambiente que conhece bem: os sets de filmagem do comercial que agita a vida financeira das meninas. “Na cena do comercial, a cenografia tinha um fundo bem brancão, que não tinha nada de Brasilândia. Era totalmente fora do contexto delas”, descreve, para depois contar que aconselhou os atores na pele dos profissionais de publicidade a se lembrarem das experiência que têm ao serem dirigidos.

No que gastar?
Filmado o anúncio publicitário, o mote do episódio passa a ser o que as cantoras e garotas-propaganda farão com o dinheiro que ganharam: “O assunto principal é o dinheiro, o valor que você dá para si mesmo e para as coisas e a ambição. A gente acompanha o que cada uma vai fazer com esse dinheiro”, revela. Se dinheiro na mão é vendaval, Preta, Mayah, Barbarah e Lena apontam seus ventos para direções opostas. Enquanto algumas usam a grana para resolver problemas pessoais urgentes, outras caem em uma fase perdulária de gastos fúteis e outra ainda decide investir o capital na carreira. É neste momento que Diamante passa a ser uma dúvida no futuro do grupo: conseguiria o empresário propiciar a Antônia todas as chances possíveis?

Mico da temporada
Antes de ter seu posto arriscado pelo aparecimento de um novo empresário, que oferece às brasilandenses oportunidade de aumentar sua fama e conta bancária, Diamante bota as rappers numa gelada, que Paola definiu como o “micão das Antonias”. “Para pagar a entrada do carro do Diamante, as meninas têm de cantar parabéns na festa do dono da loja de carros, que é um personagem muito brega”, explica, lembrando que o bolo da comemoração tem uma foto do aniversariante impressa, e elogiando o desempenho de Arthur Kohl – ator que deu vida ao varejista de gosto duvidoso.

Para saber o destino de Diamante e conferir quem faz bom-uso do primeiro grande cheque que cai nas mãos de Antônia, e quem acaba perdendo o dinheiro, é só conferir o episódio da sexta-feira (cinco de outubro). E, para conhecer mais um pouco do trabalho de Paola Siqueira, é só esperar mais um pouco: ela conta que acaba de rodar um curta e pretende filmar outros dois – compondo uma trilogia – até o fim deste ano.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Antônia bem na foto

Um dos cliques das 12 Antônias reunidas


Por mais que no seriado as Antonias sejam apenas quatro (Preta, Barbarah, Mayah e Lena), na vida real o grupo é composto por bem mais gente. Às atrizes que interpretam as garotas da Brasilândia (Negra Li, Leilah Moreno, Quelynah e Cindy Mendes) somam-se as cinco diretoras da segunda temporada (Tata Amaral, Gisele Barroco, Dainara Toffoli, Fabrizia Pinto e Paola Oliveira), duas produtoras (Andrea Barata Ribeiro e Bel Berlinck) e, por fim, a pequena Emília (personagem de Nathalye Cris). No total, são 12 as mulheres que seguram o quarteto.

Agora, imagine a tarefa hercúlea que é juntar toda essa mulherada e ainda exigir silêncio do coletivo. Foi o que aconteceu recentemente, quando o jornal O Globo decidiu fazer um retrato de todas essas 12 mulheres juntas. Em meio a risos, questionamentos de beleza e brincadeiras internas, foram mais de 30 minutos antes que o fotógrafo conseguisse um clique posado.

No meio da bagunça estrogenada, os papéis acabaram se invertendo e Nathalye Cris fez cara de adulta ao perguntar: “Já fotografamos. Posso ir embora agora?”, o que só aumentou o riso das outras 11 Antonias.